Atualmente as novas tendências de tratamento no campo da psiquiatria e da psicoterapia estão focando em tratar mais os sintomas e ao mesmo tempo aplicando um protocolo de tratamento de um transtorno específico, que, em muitos casos não funcionam, haja vista cada ser humano ter a sua especificidade e complexidade. Isso ocorre porque uma pessoa pode ter sintomas de transtornos diferentes ou mais de um transtorno ao mesmo tempo. Além disso, cada pessoa desenvolve problemas a partir de diferentes contextos, já que cada um tem um histórico de vida e particularidades que influenciam no surgimento do sofrimento.

Muitos terapeutas se especializam em uma vertente da psicologia e podem tentar encaixar a pessoa sob a ótica da técnica que se especializaram. Se o terapeuta é especialista em uma determinada área apenas, todas as pessoas que buscarem seu consultório, ele encaixará e reduzirá a pessoa naquela perspectiva. Isso é um erro e pode gerar perda de tempo e dinheiro para o paciente, já que apenas remedia a dor e não resolve o problema de forma integral.O ser humano é muito complexo e nossa saúde mental mais ainda, por isso não podemos reduzir o sofrimento de uma pessoa a uma parte dela. Por exemplo, na medicina um dermatologista olha o sofrimento de alguém com relação a sua pele, um cardiologista com relação ao coração, um nutrólogo com relação a alimentação e assim por diante. Não há nada de errado nisso e muitas vezes é necessário recorrer a um especialista, no entanto, não podemos ignorar as outras partes que compõe uma pessoa, pois muitas vezes pode-se estar ignorando um problema maior e mais complexo, que está ligado à outras áreas do corpo e só será resolvido se for tratado de forma global e com um olhar mais individual e detalhado do problema. Só assim é possível tratar de forma definitiva os nossos problemas. Caso contrário, a pessoa diminui os sintomas durante um tempo e daqui alguns meses volta a sentir novamente, porque não resolveu todas as pontas, apenas uma delas.

Na medicina integrativa busca-se analisar a pessoa de forma individualizada, levando em conta que cada ser tem um histórico, um funcionamento e uma resposta aos diferentes tratamentos disponíveis. Não há como generalizar tudo para todos. O que pode causar o sofrimento e a cura para um, pode não funcionar para outra pessoa, exatamente pela individualidade de cada um. Considera-se a pessoa como um todo e não apenas uma parte dela.Na psicoterapia integrativa (terapia sob medida), funciona da mesma forma, busca-se ter um olhar global, investigando todas as possíveis fontes de sofrimento e os contextos que alguém está inserido, utilizando técnicas das diferentes vertentes. Uma pessoa que sofre de depressão, pode estar sofrendo por questões ligadas ao mau funcionamento neurofisiológico, enquanto outra pessoa pode estar sofrendo por questões cognitivas e outra por questões afetivas. Os tratamentos vão variar conforme a fonte de sofrimento e o contexto da pessoa. Por isso o objetivo é integrar os diferentes contextos e assim individualizar cada vez mais o tratamento, aumentando sua eficácia e resultados.